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A contra-ofensiva ucraniana conta com ajuda americana para avançar

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A guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa ao território ucraniano, é um dos conflitos mais graves e complexos do século 21.

Apesar da resistência das forças ucranianas e do apoio dos EUA e de outros aliados ocidentais, a Rússia conseguiu ocupar grande parte do país e instalar um governo pró-russo na capital Kiev. Em maio de 2023, a Ucrânia lançou uma contraofensiva para tentar recuperar o controle do seu território, mas enfrentou uma forte oposição das tropas russas, que estavam bem preparadas e equipadas. Neste post, vamos explicar como a Ucrânia e os EUA procuram desenvolver novas estratégias após as contra-ofensivas fracassar, qual a ajuda de fato os EUA dão à Ucrânia e qual o papel da ONU nesse conflito.

A contra-ofensiva da Ucrânia

A contra-ofensiva da Ucrânia teve o objetivo de romper as linhas defensivas russas, que se estendiam do leste ao sul do país, e avançar em direção à capital Kiev, onde o governo pró-russo resistia. A ofensiva contou com o apoio dos EUA e de outros aliados ocidentais, que forneceram armas, treinamento e assistência logística às forças ucranianas.

No entanto, a ofensiva encontrou uma forte resistência por parte dos russos, que tinham se preparado para um confronto desde a invasão. A Rússia construiu fortificações, cercou-as com minas terrestres e posicionou artilharia, tanques e mísseis antiaéreos para impedir o avanço ucraniano. Além disso, a Rússia contava com o apoio de milícias locais pró-russas e de mercenários estrangeiros.

Segundo fontes militares ocidentais, a contra-ofensiva da Ucrânia “não está atendendo às expectativas em nenhuma frente” , e as forças russas estão mostrando mais competência do que o esperado. Em seis semanas de combate, a Ucrânia conseguiu recuperar apenas algumas aldeias no sul e o território ao redor da cidade arruinada de Bakhmut, no leste, mas ainda não tentou um grande avanço nas linhas russas.

A Ucrânia diz que está avançando deliberadamente devagar para evitar muitas baixas em linhas defensivas fortificadas repletas de minas terrestres, e que está focada por enquanto em degradar a logística e o comando da Rússia. A Ucrânia também espera que a pressão diplomática e as sanções econômicas dos EUA e da União Europeia forcem a Rússia a negociar uma solução pacífica.

A ajuda dos EUA à Ucrânia

Os EUA têm sido o principal aliado da Ucrânia desde o início do conflito, oferecendo apoio político, econômico e militar ao país. Os EUA condenaram a invasão russa como uma violação da soberania e da integridade territorial da Ucrânia, e lideraram os esforços internacionais para isolar e punir a Rússia.

Os EUA também forneceram à Ucrânia cerca de US$ 2 bilhões em assistência militar desde 2022, incluindo armas letais como mísseis antitanque Javelin, drones armados MQ-9 Reaper, sistemas de radar contra-artilharia AN/TPQ-53 e veículos blindados Humvee. Além disso, os EUA enviaram cerca de 1.000 militares para treinar e assessorar as forças ucranianas em técnicas de armas combinadas.

Em julho de 2023, os EUA anunciaram que estavam atendendo a um pedido ucraniano de fornecer as controversas munições cluster (de fragmentação), que são proibidas por mais de 100 países por causa do seu efeito indiscriminado sobre as populações civis . O presidente dos EUA, Joe Biden, defendeu a sua “decisão muito difícil” de fornecer à Ucrânia bombas coletivas, que têm um histórico de matar civis. Ele informou que “demorou a ser convencido a executar isso”, mas agiu, a motivação crucial foi que “os ucranianos já estavam sem munição”.

A medida foi criticada por grupos de direitos humanos, que descreveram as munições cluster como “abomináveis” e até mesmo as consideraram um crime de guerra. As munições cluster são um método de desmembrar um grande número de pequenas bombas de foguetes, mísseis ou projéteis de artilharia, espalhando-as por uma ampla área durante o vôo. Eles deveriam explodir com o impacto no solo, mas um grande número “fracassou”, o que significa que inicialmente não explodem e podem explodir mais tarde quando apanhados ou pisados, matando ou paralisando a vítima.

O papel da ONU no conflito

A ONU tem desempenhado um papel importante na tentativa de resolver o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, condenando a agressão russa, protegendo os civis, fornecendo assistência humanitária e buscando uma solução diplomática. No entanto, a ONU também enfrenta limitações e desafios para cumprir sua missão.

A ONU considera o ataque da Rússia à Ucrânia uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia, e uma contradição aos princípios da Carta das Nações Unidas. A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou em março de 2022 uma resolução condenando a “agressão” cometida pela Rússia contra a Ucrânia (141 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções).

O Procurador do Tribunal Penal Internacional investiga crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu em março de 2022 estabelecer urgentemente uma comissão internacional independente de inquérito após a agressão da Rússia contra a Ucrânia. A CIJ ouviu o argumento da Ucrânia em Março de 2022 de que a Rússia tinha violado a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.

A ONU está dando prioridade à proteção de civis e intensificou as suas operações humanitárias na Ucrânia e nos países vizinhos. As Nações Unidas necessitam de acesso seguro e desimpedido a todas as áreas afectadas pela ofensiva militar russa. Há uma necessidade urgente de estabelecer vias seguras para produtos médicos e profissionais de saúde que salvam vidas.

As Nações Unidas e seus parceiros humanitários lançaram em março de 2022 apelos de emergência coordenados por um total de 1,7 mil milhões de dólares para fornecer assistência humanitária aos refugiados em países vizinhos e a civis na Ucrânia. Os doadores responderam positivamente, prometendo 1,5 mil milhões de dólares para ajudar milhões de pessoas, entre refugiados nos países vizinhos e civis na Ucrânia. Em Fevereiro de 2022, o Secretário-Geral da ONU nomeou Amina Awad, do Sudão, como Secretária-Geral Adjunta do Coordenador de Crises da ONU na Ucrânia.

A ONU também tem buscado uma solução diplomática para o conflito, apelando ao diálogo entre as partes envolvidas e ao respeito pelo direito internacional. No entanto, o Conselho de Segurança da ONU, o órgão responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais, tem sido paralisado pelo poder de veto da Rússia.

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