Brasil perde uma de suas maiores lendas, Zagallo: o tetracampeão do mundo que marcou a história do futebol brasileiro.
No dia 5 de janeiro de 2024, o futebol brasileiro perdeu um de seus maiores ídolos: Mário Jorge Lobo Zagallo. O ex-jogador e ex-técnico faleceu aos 92 anos no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Zagallo foi o único esportista a conquistar quatro títulos de Copas do Mundo, dois como jogador em 1958 e 1962, um como técnico em 1970 e outro como coordenador técnico em 1994. Além disso, participou de outras três Copas como treinador ou assistente técnico, chegando à final em 1998 e ao quarto lugar em 1974.

Sua história:
Zagallo nasceu em Atalaia, Alagoas, no dia 9 de agosto de 1931. Ainda bebê, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde começou a jogar futebol nas ruas da Tijuca. Ingressou no time infantil do América em 1947 e no juvenil em 1948. Seu pai, Aroldo Cardoso Zagallo, que havia sido jogador do CRB, queria que ele se formasse em Contabilidade e trabalhasse no escritório de um tio. Mas Zagallo tinha outros planos.
Em 1950, ele testemunhou a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa do Mundo no Maracanã. Ele era soldado da Polícia do Exército e estava encarregado da segurança do estádio. O trauma do “Maracanazo” não o desanimou de seguir sua vocação futebolística. Em 1951, ele foi contratado pelo Flamengo, onde jogou até 1958. Nesse período, ele foi bicampeão carioca em 1953 e 1954 e campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1955.
Em 1958, Zagallo foi convocado para a Copa do Mundo na Suécia. Ele era o ponta-esquerda da seleção que tinha Pelé, Garrincha, Didi e Nilton Santos. Zagallo marcou um gol na vitória por 5 a 2 sobre a França na semifinal e participou da jogada do primeiro gol na final contra a Suécia, também vencida por 5 a 2. Foi o primeiro título mundial do Brasil.
No mesmo ano, Zagallo se transferiu para o Botafogo, onde formou uma parceria histórica com Garrincha. Pelo clube alvinegro, ele conquistou quatro campeonatos cariocas (1961, 1962, 1967 e 1968), uma Taça Brasil (1968) e outros torneios nacionais e internacionais. Em 1962, ele foi novamente convocado para a Copa do Mundo no Chile. Ele marcou dois gols na competição: um na vitória por 2 a 0 sobre o México na primeira fase e outro na vitória por 3 a 1 sobre a Inglaterra nas quartas de final. Na final contra a Tchecoslováquia, ele deu o passe para Amarildo fazer o gol de empate. O Brasil venceu por 3 a 1 e se tornou bicampeão mundial.
Zagallo encerrou sua carreira como jogador em 1965, com 36 anos. Ele disputou 36 jogos pela seleção brasileira e marcou cinco gols. Ele também é considerado um dos melhores pontas-esquerdas da história do futebol.
Em 1966, Zagallo iniciou sua carreira como técnico no Botafogo. Ele levou o clube ao título carioca em seu primeiro ano no comando. Em 1969, ele foi convidado para assumir a seleção brasileira após a demissão de João Saldanha. Zagallo tinha a missão de levar o Brasil ao tricampeonato mundial no México em 1970.
Zagallo montou uma equipe que entrou para a história como uma das mais talentosas e ofensivas de todos os tempos. Com Pelé, Tostão, Jairzinho, Rivelino, Gérson e Carlos Alberto Torres, o Brasil venceu todos os seus seis jogos na Copa, marcando 19 gols e sofrendo sete. Na final contra a Itália, o Brasil goleou por 4 a 1 e ficou com a taça Jules Rimet em definitivo. Zagallo se tornou o primeiro homem a ser campeão mundial como jogador e como técnico.
Em 1971, Zagallo deixou a seleção e foi treinar o Fluminense. Em 1972, ele voltou ao Flamengo, onde foi campeão carioca em 1974. No mesmo ano, ele foi novamente chamado para dirigir a seleção brasileira na Copa do Mundo na Alemanha Ocidental. O Brasil não conseguiu repetir o brilho de 1970 e foi eliminado pela Holanda na semifinal por 2 a 0. Na disputa pelo terceiro lugar, perdeu para a Polônia por 1 a 0 e ficou em quarto.
Zagallo voltou ao Botafogo em 1975 e foi campeão carioca em 1976. Em 1978, ele treinou a seleção do Kuwait, com quem foi vice-campeão da Copa da Ásia. Em 1980, ele assumiu o Vasco da Gama e foi campeão brasileiro em 1984. Em 1986, ele foi contratado pela Arábia Saudita para a Copa do Mundo no México, mas não passou da primeira fase.
Em 1989, Zagallo retornou ao Flamengo e conquistou o Campeonato Carioca. Em 1991, ele foi para o Vasco da Gama e ganhou a Copa Mercosul. Em 1994, ele foi convidado pelo técnico Carlos Alberto Parreira para ser o coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo nos Estados Unidos. O Brasil quebrou o jejum de 24 anos sem título mundial ao vencer a Itália nos pênaltis na final.
Em 1995, Zagallo assumiu o comando da seleção brasileira após a saída de Parreira. Ele levou o Brasil ao título da Copa das Confederações em 1997 e ao vice-campeonato da Copa América em 1995 e 1997. Na Copa do Mundo na França em 1998, o Brasil chegou à final contra os donos da casa, mas foi derrotado por 3 a 0. Zagallo deixou a seleção após o Mundial.
Em 1999, Zagallo treinou a Portuguesa de Desportos e em 2000 voltou ao Flamengo. Em 2003, ele aceitou o convite de Parreira para ser novamente coordenador técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo na Alemanha em 2006. O Brasil foi eliminado pela França nas quartas de final por 1 a 0. Foi a última participação de Zagallo em Copas do Mundo.
Zagallo se afastou do futebol após a morte de sua esposa Alcina, em 2012. Eles foram casados por 61 anos e tiveram quatro filhos: Mário César, Paulo César, Rogério e Renata. Zagallo também enfrentou problemas de saúde nos últimos anos de sua vida. Ele sofreu um derrame em 2016 e teve dificuldades para andar e falar.
Zagallo é reconhecido como um dos maiores vencedores do futebol mundial. Ele recebeu a Ordem de Mérito da FIFA em 1992, a mais alta honraria da entidade máxima do futebol. Ele também é membro do Hall da Fama do Futebol Brasileiro desde 2014.
Zagallo deixou um legado de conquistas, talento e determinação para as gerações futuras de jogadores e técnicos brasileiros. Ele também ficou famoso por suas frases marcantes, como “Vocês vão ter que me engolir” e “Aí sim, fomos surpreendidos novamente”. Zagallo era supersticioso e tinha uma fixação pelo número 13, que considerava seu número da sorte.
Zagallo foi um ícone do futebol brasileiro e mundial. Ele foi um dos protagonistas das maiores glórias da seleção brasileira nas Copas do Mundo.
Tópicos
Desbloqueie seu Marketing com Anúncios Nativos ADSKeeper!
Maximize seu desempenho de marketing com publicidades nativas de alta qualidade. Seja parceiro da ADSKeeper, anuncie conosco ou exiba publicidade no seu site e veja seu negócio prosperar.
Clique no link e comece a ser recompensado hoje mesmo!
Aproveite esta oportunidade!