Você sabia que o pato com tucupi é um dos pratos mais tradicionais e saborosos da culinária paraense? O pato no tucupi é servido com arroz branco e farinha de mandioca, e é uma das iguarias mais apreciadas no almoço do Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do Brasil
Essa receita é feita com carne de pato selvagem cozida em um caldo amarelo chamado tucupi, que é extraído da raiz da mandioca brava. Além disso, o prato leva jambu, uma erva típica da região Norte que causa uma sensação de formigamento na boca.
Pato com tucupi tradicional do Pará
Ingredientes:
- 1 pato de 3 kg
- 3 litros de tucupi
- 5 maços de jambu
- 10 dentes de alho
- 2 cebolas
- 1 maço de chicória do Pará
- sal a gosto
- 2 tomates
- 2 limões
- 1 pitada de pimenta do reino
- 1 colher de sopa de manteiga
- 2 colheres de sopa de azeite
- pimenta de cheiro a gosto
Modo de preparo:
- Limpe o pato e o lave com algumas folhas de chicória e limão.
- Deixe-o de véspera na vinha d’alho com alho, sal e pimenta-do-reino.
- Corte-o em pedaços e refogue-o com cebola, alho, tomate bem picados, com a manteiga e o azeite.
- Asse-o de panela para amolecer e depois asse-o de forno até dourar.
- Ferva o tucupi com sal, dentes de alhos inteiros apenas amassados, a chicória.
- Lave o jambu bem , retire as flores, quando houver, afervente-o em água e sal até amolecer, escorra e coloque-o no tucupi.
- Coloque um pouco do tucupi quente em uma molheira, acrescente a pimenta de cheiro levemente amassada.
- Quando o pato estiver macio e tostado, junte-o ao tucupi com o jambu e quando ferver estará pronto.
- Sirva com farinha de mandioca paraense e arroz branco.
Valor nutricional por porção (considerando 4 porções):
- Calorias: 1010 kcal
- Proteínas: 81 g
- Carboidratos: 32 g
- Gorduras: 58 g
- Colesterol: 256 mg
- Sódio: 1040 mg
Melhor acompanhamento: farinha de mandioca paraense e arroz branco.
Pato com tucupi e laranja
Ingredientes:
- 1 pato inteiro (cerca de 2 kg)
- suco de 2 laranjas
- raspas da casca de 1 laranja
- sal e pimenta-do-reino a gosto
- 4 dentes de alho picados
- 2 folhas de louro
- 4 colheres de sopa de óleo
- 2 xícaras de chá de caldo de galinha
- 2 xícaras de chá de tucupi
- 2 maços de jambu
- água e sal para cozinhar o jambu
Modo de preparo:
- Limpe o pato e tempere-o com o suco e as raspas da laranja, o sal, a pimenta, o alho e o louro. Deixe marinar por pelo menos 4 horas na geladeira.
- Aqueça o óleo em uma panela grande e doure o pato por todos os lados. Junte o caldo de galinha e cozinhe em fogo baixo, com a panela tampada, até que o pato esteja macio. Se necessário, adicione mais água quente durante o cozimento.
- Transfira o pato para uma assadeira e leve ao forno preaquecido a 200ºC por cerca de 20 minutos, ou até que a pele fique crocante.
- Coe o caldo que sobrou na panela e leve ao fogo para reduzir um pouco. Junte o tucupi e deixe ferver por 10 minutos. Reserve.
- Lave o jambu e retire as flores. Cozinhe-o em água fervente com sal por 5 minutos, ou até que esteja macio. Escorra e reserve.
- Sirva o pato fatiado com o molho de tucupi e o jambu. Decore com gomos de laranja se desejar.
Valor nutricional por porção (considerando 6 porções):
- Calorias: 720 kcal
- Proteínas: 58 g
- Carboidratos: 18 g
- Gorduras: 46 g
- Colesterol: 197 mg
- Sódio: 790 mg
Melhor acompanhamento: purê de mandioquinha e salada verde.
Origem do pato com tucupi
O pato com tucupi é uma herança da culinária indígena, que já utilizava o tucupi para conservar a carne moqueada. O tucupi é um líquido que se obtém ao ralar a mandioca brava e espremer a massa em um tipiti, um tipo de cesto trançado. O líquido resultante é venenoso, pois contém ácido cianídrico, e por isso precisa ser fervido por vários dias até perder a toxicidade. Depois de fervido, o tucupi ganha uma cor amarela e um sabor ácido, e pode ser usado como molho ou caldo para diversos pratos.
O jambu foi um acréscimo posterior à receita, trazido pelos negros que vieram da África como escravos. O jambu é uma erva que tem propriedades anestésicas e estimulantes, e que provoca uma sensação de vibração na língua e nos lábios. O jambu é cozido em água e sal e depois escorrido e colocado sobre o pato.
O pato usado na receita é o pato selvagem, que tem uma carne mais firme e saborosa do que o pato doméstico. O pato é temperado com alho, sal, pimenta-do-reino, vinagre e cheiro-verde, e depois refogado e cozido em panela de pressão. Em seguida, o pato é cortado em pedaços e assado no forno para dourar. Por fim, o pato é fervido com o tucupi, o jambu e algumas folhas de chicória, que dão um toque amargo ao prato.
Curiosidades sobre o pato com tucupi
- O pato com tucupi é considerado o prato mais icônico da culinária amazônica de Belém, e tem uma categoria própria na lista anual dos melhores alimentos da cidade publicada pela revista Veja.
- O restaurante Lá em Casa, fundado pelo chef Paulo Martins, é reconhecido como o melhor lugar para comer o pato no tucupi em Belém. Paulo Martins foi um dos responsáveis por divulgar a gastronomia da Amazônia pelo Brasil e pelo mundo, e influenciou chefs renomados como Alex Atala.
- O tucupi e o jambu também são usados em outra receita típica da região Norte: o tacacá. O tacacá é uma sopa quente feita com tucupi, jambu, camarão seco e goma de tapioca. O tacacá é servido em uma cuia e se come com uma colher de pau.
- O pato com tucupi é um dos pratos principais servidos no almoço do Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do Brasil, que acontece em outubro em Belém. O Círio de Nazaré homenageia Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do Pará, e reúne milhões de fiéis em uma procissão pelas ruas da cidade. Outro prato típico do Círio de Nazaré é a maniçoba, feita com as folhas da mandioca cozidas por uma semana e misturadas com carnes de porco e boi.
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