Rodrigo Pacheco nega que exista atrito entre Senado e STF e que a PEC 8/2021 não é motivo de retaliação!

Qual a definição da PEC 8/2021

A PEC 8/2021 é uma proposta de emenda à Constituição que visa limitar os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) e de outros tribunais superiores em relação às decisões monocráticas, ou seja, aquelas tomadas por um único ministro ou juiz. A PEC foi idealizada pelo senador Oriovisto Guimarães (PODEMOS/PR) e outros 31 senadores, que alegam que o objetivo é garantir o equilíbrio entre os poderes e evitar abusos ou interferências indevidas do Judiciário no Legislativo e no Executivo.

Benefícios a sociedade?

A PEC 8/2021 beneficia a sociedade ao estabelecer prazos para os pedidos de vista nos julgamentos colegiados do Poder Judiciário, evitando assim a demora excessiva na conclusão dos processos. Além disso, a PEC determina que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial os tribunais possam deferir medidas cautelares que: suspendam a eficácia de leis e atos normativos com efeitos erga omnes; suspendam atos dos presidentes dos demais poderes; suspendam a tramitação de proposições legislativas; afetem políticas públicas ou criem despesas para os demais poderes. Dessa forma, a PEC busca preservar a separação e a harmonia entre os poderes, conforme previsto na Constituição Federal.

O que mais é abordado?

A PEC 8/2021 também aborda outras questões relacionadas ao funcionamento dos tribunais, como a fixação de prazo para o julgamento de mérito após o deferimento de pedidos cautelares em ações de controle concentrado de constitucionalidade, a autorização de decisões monocráticas em situações de grave urgência ou risco de dano irreparável durante o recesso do Judiciário (com posterior julgamento pelo tribunal em até 30 dias após a retomada dos trabalhos), e a possibilidade de sustentação oral pelos advogados das partes nos casos de pedido de vista.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Aprovada!

A PEC 8/2021 foi aprovada pelo Senado Federal no dia 22 de novembro de 2023, com 52 votos favoráveis e 18 contrários. Entre os senadores que votaram a favor da PEC estão: Alvaro Dias (PODEMOS/PR), Alessandro Vieira (CIDADANIA/SE), Eduardo Girão (PODEMOS/CE), Flávio Arns (REDE/PR), Jorge Kajuru (CIDADANIA/GO), Lasier Martins (PODEMOS/RS), Marcos Rogério (DEM/RO), Marcos do Val (PODEMOS/ES), Oriovisto Guimarães (PODEMOS/PR), Reguffe (PODEMOS/DF), Rodrigo Cunha (PSDB/AL), Simone Tebet (MDB/MS), Soraya Thronicke (PSL/MS) e Styvenson Valentim (PODEMOS/RN). Entre os senadores que votaram contra a PEC estão: Cid Gomes (PDT/CE), Fabiano Contarato (REDE/ES), Humberto Costa (PT/PE), Jaques Wagner (PT/BA), Jean Paul Prates (PT/RN), Paulo Rocha (PT/PA), Paulo Paim (PT/RS), Randolfe Rodrigues (REDE/AP) e Renan Calheiros (MDB/AL).

Quais motivações?

A PEC 8/2021 surgiu em um contexto de tensão entre o Senado e o STF, após diversas decisões monocráticas que afetaram diretamente os interesses dos parlamentares. Alguns exemplos de decisões monocráticas feitas indevidamente, segundo os defensores da PEC, são: a suspensão da nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal pelo ministro Alexandre de Moraes; a determinação da prisão em flagrante do deputado Daniel Silveira pelo ministro Luiz Fux; a anulação das condenações do ex-presidente Lula pela Operação Lava Jato pelo ministro Edson Fachin; e a suspensão da tramitação da PEC da Imunidade Parlamentar pelo ministro Luís Roberto Barroso.

Retaliação? Acreditamos que não!

Os críticos da PEC 8/2021, por outro lado, argumentam que a proposta é uma forma de retaliação e de enfraquecimento do STF, que tem o papel de guardião da Constituição e de defensor dos direitos fundamentais. Eles também afirmam que a PEC viola a independência e a autonomia dos magistrados, que devem ter liberdade para decidir conforme as leis e as provas, sem sofrer pressões políticas ou ideológicas. Além disso, eles alertam que a PEC pode gerar insegurança jurídica e atrasar ainda mais a prestação jurisdicional, sobrecarregando os tribunais com demandas que poderiam ser resolvidas de forma mais célere e eficiente por um único julgador.

Ausencia de crises por Rodrigo Pacheco?

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), negou que haja uma crise entre o Senado e o STF, e disse que a aprovação da PEC 8/2021 foi uma manifestação legítima do Parlamento em defesa da Constituição e da democracia. Ele também afirmou que respeita o STF e que espera que a Corte analise a PEC com serenidade e equilíbrio, caso ela seja aprovada também pela Câmara dos Deputados.

A PEC 8/2021 ainda precisa passar por dois turnos de votação na Câmara dos Deputados, onde enfrentará resistências de partidos de oposição e de centro. Se aprovada sem alterações, a PEC será promulgada pelo Congresso Nacional e entrará em vigor. Se houver mudanças, a PEC voltará ao Senado para nova deliberação.

Você consegue ler o texto na integra no site no senado pelo link!

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