No entanto, quando a ansiedade se torna excessiva, frequente e desproporcional às circunstâncias, ela pode se transformar em um transtorno que afeta negativamente a nossa saúde física e mental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo: cerca de 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) sofrem com esse problema. A pandemia de Covid-19 também contribuiu para aumentar os casos de ansiedade, pois gerou muita incerteza, medo e isolamento social.
Os transtornos de ansiedade são um grupo de condições psiquiátricas que se caracterizam por sintomas como nervosismo, preocupação, medo, pânico, fobias, obsessões, compulsões, entre outros. Esses sintomas causam sofrimento e interferem no funcionamento diário das pessoas, prejudicando suas relações pessoais, profissionais e sociais. Os transtornos de ansiedade são muito comuns e podem afetar pessoas de qualquer idade, gênero ou cultura.
Sintomas
Os sintomas da ansiedade podem variar de acordo com o tipo e a intensidade do transtorno, mas alguns dos mais comuns são:
- Sensação de nervosismo, agitação ou tensão
- Medo constante ou preocupação excessiva
- Dificuldade para se concentrar ou se acalmar
- Taquicardia, palpitações ou falta de ar
- Sudorese, tremores ou calafrios
- Náuseas, vômitos ou diarreia
- Insônia, fadiga ou cansaço
- Irritabilidade, inquietação ou impaciência
- Dor ou aperto no peito, na barriga ou na cabeça
Tipos de transtornos
Existem diferentes tipos de transtornos de ansiedade, cada um com suas próprias características e causas. Alguns dos mais frequentes são:
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): é a forma mais ampla e persistente de ansiedade, que se manifesta por uma preocupação excessiva e constante com vários aspectos da vida cotidiana, como trabalho, saúde, família, dinheiro, etc. As pessoas com TAG têm dificuldade em controlar sua ansiedade e sentem-se frequentemente nervosas, irritadas, inquietas, cansadas e com problemas de concentração, memória e sono.
- Transtorno do pânico: é caracterizado por crises súbitas e intensas de medo ou terror, que podem ocorrer sem motivo aparente ou em situações específicas. As crises de pânico são acompanhadas por sintomas físicos como palpitações, falta de ar, tremores, sudorese, náuseas, tonturas, entre outros. As pessoas com transtorno do pânico vivem com medo de ter novas crises e podem evitar lugares ou situações que as desencadeiam ou que dificultam a fuga ou o socorro.
- Fobias específicas: são medos irracionais e exagerados de objetos ou situações que não representam um perigo real, mas que provocam uma forte reação de ansiedade nas pessoas que os enfrentam. As fobias mais comuns são as relacionadas a animais, sangue, injeções, altura, avião, dentista, etc. As pessoas com fobias específicas tendem a evitar o contato com o objeto ou situação fóbica ou a suportá-lo com muito sofrimento.
- Transtorno de ansiedade social (TAS): é o medo excessivo e persistente de ser julgado negativamente ou humilhado em situações sociais ou de desempenho. As pessoas com TAS sentem-se inseguras e envergonhadas diante dos outros e evitam situações como falar em público, conhecer pessoas novas, comer em público, etc. O TAS pode afetar seriamente a autoestima e as oportunidades sociais e profissionais das pessoas que o sofrem.
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): é caracterizado pela presença de pensamentos intrusivos e indesejados (obsessões) que geram ansiedade e comportamentos repetitivos e ritualísticos (compulsões) que visam aliviar essa ansiedade. As obsessões mais frequentes são as relacionadas à limpeza, ordem, simetria, religião. etc.
Sinais de alerta
A ansiedade pode interferir na qualidade de vida das pessoas, prejudicando o seu desempenho no trabalho, nos estudos, nos relacionamentos e nas atividades cotidianas. Por isso, é importante saber quando procurar ajuda profissional. Alguns sinais de alerta são:
- Quando os sintomas são muito intensos e causam sofrimento significativo
- Quando os sintomas duram mais de seis meses e não melhoram com o tempo
- Quando os sintomas atrapalham o funcionamento normal da pessoa em diferentes áreas da vida
- Quando a pessoa tem pensamentos negativos, pessimistas ou suicidas
- Quando a pessoa recorre ao álcool, às drogas ou a outros comportamentos nocivos para aliviar a ansiedade
Tratamento
O tratamento para a ansiedade pode envolver psicoterapia, medicamentos ou uma combinação dos dois. O objetivo é reduzir os sintomas, melhorar o bem-estar e aumentar a capacidade da pessoa de lidar com as situações que lhe causam ansiedade. Além disso, algumas medidas podem ajudar a prevenir ou controlar a ansiedade, como:
- Praticar atividades físicas regularmente
- Ter uma alimentação saudável e equilibrada
- Evitar o consumo excessivo de cafeína, álcool e tabaco
- Respeitar o seu ritmo biológico e dormir bem
- Buscar momentos de lazer e relaxamento
- Cultivar hábitos positivos de pensamento e comportamento
- Manter uma rede de apoio social e afetivo
- Buscar informações confiáveis e evitar o excesso de exposição às notícias negativas
A ansiedade é um problema sério que merece atenção e cuidado. Se você se identifica com os sintomas descritos neste texto ou conhece alguém que esteja passando por essa situação, não hesite em procurar ajuda. Lembre-se de que você não está sozinho e que existem profissionais capacitados para te auxiliar nesse processo.