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Anemia: o que é, como diagnosticar e tratar?

anemia

Neste artigo, vamos explicar o que é a anemia, como ela se manifesta, quais são os tipos mais comuns, como fazer o diagnóstico e qual é o tratamento adequado.

O que é anemia?

A anemia é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo do normal como resultado da carência de um ou mais nutrientes essenciais.

A hemoglobina é uma molécula que contém ferro e fica dentro das hemácias, que são as células vermelhas do sangue. A hemoglobina é responsável por transportar o oxigênio dos pulmões para todos os órgãos e tecidos do corpo.

As hemácias são produzidas na medula óssea e têm uma vida média de 120 dias. Depois desse período, elas são destruídas pelo baço e pelo fígado. A produção e a destruição das hemácias são constantes e equilibradas, mantendo um número estável de células circulantes no sangue.

Quando há uma diminuição na produção ou um aumento na destruição das hemácias, ou ainda uma perda excessiva de sangue, ocorre a anemia. Isso significa que há menos hemoglobina disponível para levar oxigênio para o corpo, causando sintomas como cansaço, fraqueza, palidez, falta de ar, tontura, dor de cabeça, entre outros.

Foto Reprodução: Freepik

Quais são os tipos de anemia?

Existem vários tipos de anemia, que podem ser classificados de acordo com as características das hemácias ou com as causas da condição. Veja alguns exemplos:

  • Anemia ferropriva: é o tipo mais comum de anemia e ocorre pela deficiência de ferro, que é um elemento essencial para a formação da hemoglobina. A falta de ferro pode ser causada por uma alimentação inadequada, por uma má absorção intestinal, por uma perda crônica de sangue (como em casos de menstruação abundante, úlceras, hemorroidas, etc.) ou por uma maior demanda do organismo (como na gravidez, na infância ou na adolescência). As hemácias ficam menores e mais pálidas do que o normal nesse tipo de anemia.
  • Anemia megaloblástica: é um tipo de anemia em que as hemácias ficam maiores e mais imaturas do que o normal. Isso acontece pela deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, que são nutrientes importantes para a maturação das células vermelhas. A falta dessas vitaminas pode ser causada por uma alimentação pobre em alimentos de origem animal (como no caso dos veganos), por uma má absorção intestinal (como na doença celíaca ou na gastrite atrófica), pelo uso de alguns medicamentos (como metformina ou omeprazol) ou por alterações genéticas.
  • Anemia aplástica: é um tipo grave de anemia em que há uma falência da medula óssea, que é o local onde as células sanguíneas são produzidas. A medula óssea pode ser afetada por infecções virais (como hepatite B ou C), por exposição a substâncias tóxicas (como benzeno ou pesticidas), por doenças autoimunes (como lúpus ou artrite reumatoide) ou por fatores desconhecidos. Além da anemia, há também uma diminuição dos glóbulos brancos (que combatem as infecções) e das plaquetas (que participam da coagulação do sangue).
  • Anemia hemolítica: é um tipo de anemia em que há uma destruição acelerada das hemácias, que pode ser causada por fatores externos ou internos. Os fatores externos incluem agentes infecciosos (como malária ou leptospirose), toxinas (como veneno de cobra ou chumbo), medicamentos (como penicilina ou sulfas), transfusões incompatíveis ou reações imunológicas. Os fatores internos incluem alterações genéticas na estrutura ou na função das hemácias, como na esferocitose, na talassemia ou na anemia falciforme.

Quais os sintomas da anemia?

Alguns dos sintomas mais comuns são:

  • Cansaço e fraqueza generalizados;
  • Falta de disposição e intolerância ao exercício;
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar com o esforço;
  • Tonturas e dores de cabeça;
  • Palidez da pele, gengivas e parte interna do olho;
  • Unhas e cabelos fracos;
  • Falta de apetite e problemas de memória ou concentração;
  • Vontade de comer coisas que não são comestíveis, como terra ou tijolo;
  • Taquicardia (coração acelerado) e sudorese;
  • Síndrome das pernas inquietas (sensação de que as pernas têm que estar sempre se mexendo).

Os sintomas da anemia podem variar de acordo com a gravidade, a duração e a causa da condição. Por isso, é importante consultar um médico na presença de sinais que indiquem anemia, para que seja feito o diagnóstico correto e o tratamento adequado.

Como fazer o diagnóstico da anemia?

O diagnóstico da anemia é feito pelo médico, que deve avaliar os sinais e sintomas do paciente, o seu histórico clínico e familiar, os seus hábitos alimentares e os seus medicamentos em uso. Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar um exame de sangue chamado hemograma, que avalia a quantidade e a qualidade das células sanguíneas.

No hemograma, os principais parâmetros que indicam a presença de anemia são:

  • Hemoglobina: é a concentração de hemoglobina no sangue. Os valores normais variam de acordo com o sexo e a idade, mas em geral são de 12 a 16 g/dL para mulheres e de 13 a 18 g/dL para homens. Valores abaixo desses limites indicam anemia.
  • Hematócrito: é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Os valores normais também variam de acordo com o sexo e a idade, mas em geral são de 36 a 46% para mulheres e de 40 a 52% para homens. Valores abaixo desses limites indicam anemia.
  • Volume corpuscular médio (VCM): é o tamanho médio das hemácias. O valor normal é de 80 a 100 fentolitros (fl). Valores abaixo desse intervalo indicam anemia microcítica (hemácias pequenas), como na anemia ferropriva. Valores acima desse intervalo indicam anemia macrocítica (hemácias grandes), como na anemia megaloblástica.
  • Hemoglobina corpuscular média (HCM): é a quantidade média de hemoglobina dentro das hemácias. O valor normal é de 27 a 33 picogramas (pg). Valores abaixo desse intervalo indicam anemia hipocrômica (hemácias pálidas), como na anemia ferropriva. Valores acima desse intervalo indicam anemia hipercrômica (hemácias avermelhadas), como na esferocitose.
  • Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): é a concentração média de hemoglobina dentro das hemácias. O valor normal é de 32 a 36 g/dL. Valores abaixo desse intervalo indicam anemia hipocrômica. Valores acima desse intervalo indicam anemia hipercrômica.

Além do hemograma, o médico pode solicitar outros exames para investigar a causa da anemia, como:

  • Dosagem de ferro, ferritina, transferrina e capacidade total de ligação do ferro: para avaliar o estado do ferro no organismo e diagnosticar a anemia ferropriva.
  • Dosagem de vitamina B12 e ácido fólico: para avaliar o estado dessas vitaminas no organismo e diagnosticar a anemia megaloblástica.
  • Teste de Coombs direto e indireto: para detectar anticorpos que podem estar atacando as hemácias e causando a anemia hemolítica.
  • Eletroforese de hemoglobina: para identificar alterações na estrutura da hemoglobina, como na talassemia ou na anemia falciforme.
  • Biópsia da medula óssea: para avaliar a produção das células sanguíneas e diagnosticar a anemia aplástica ou outras doenças hematológicas.

Como tratar a anemia?

O tratamento da anemia depende do tipo e da causa da condição. Algums das causas podem ser como: deficiência de nutrientes, doenças genéticas, infecções, inflamações ou perda de sangue. Em geral, o tratamento visa corrigir a deficiência dos nutrientes envolvidos na formação das hemácias, estimular a produção das células sanguíneas pela medula óssea, controlar a perda ou a destruição das hemácias e aliviar os sintomas do paciente.

A anemia é uma condição que afeta a quantidade ou a qualidade dos glóbulos vermelhos no sangue, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos. Dependendo da causa, o tratamento pode variar.

Veja a seguir alguns exemplos de tratamento para cada tipo de anemia:

Anemia ferropriva: é causada pela falta de ferro no organismo, que é essencial para a produção de hemoglobina, a proteína que carrega o oxigênio nos glóbulos vermelhos.

  • O tratamento consiste em tomar suplementos de ferro por via oral ou injetável, por cerca de seis meses, e aumentar o consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, feijão, lentilha e vegetais verde-escuros. Também é recomendado tomar vitamina C junto com o ferro, pois ela ajuda na absorção do mineral.

Anemia megaloblástica: é causada pela deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, que são importantes para a formação dos glóbulos vermelhos.

  • O tratamento consiste em tomar suplementos desses nutrientes por via oral ou injetável, e consumir alimentos que os contêm, como carnes, ovos, leite, fígado e vegetais folhosos.

Anemia perniciosa: é um tipo de anemia megaloblástica causada pela falta de uma substância chamada fator intrínseco, que é produzida no estômago e permite a absorção da vitamina B12.

  • Nesse caso, o tratamento consiste em fazer injeções de vitamina B12 na veia ou no músculo pelo resto da vida.

Anemia falciforme: é uma doença genética que faz com que os glóbulos vermelhos tenham uma forma anormal, parecida com uma foice, e se quebrem facilmente. Isso causa crises de dor, infecções e danos nos órgãos.

  • O tratamento consiste em tomar medicamentos para aliviar a dor e prevenir infecções, como analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos. Em alguns casos, pode ser necessário fazer transfusão de sangue ou transplante de medula óssea.

Anemia hemolítica: é causada pela destruição acelerada dos glóbulos vermelhos por fatores como doenças autoimunes, infecções, medicamentos ou toxinas.

  • O tratamento consiste em identificar e eliminar a causa da hemólise, e usar medicamentos que reduzem a resposta imunológica, como corticoides e imunossupressores. Em casos graves, pode ser necessário fazer transfusão de sangue ou esplenectomia (retirada do baço).

Anemia aplástica: é causada pela falência da medula óssea em produzir as células do sangue, incluindo os glóbulos vermelhos. Pode ser provocada por doenças congênitas, exposição a radiação ou substâncias químicas, medicamentos ou infecções virais.

  • O tratamento consiste em usar medicamentos que estimulam a medula óssea, como imunossupressores e fatores de crescimento hematopoiético. Em casos graves, pode ser necessário fazer transfusão de sangue ou transplante de medula óssea.

O tratamento para anemia deve ser orientado por um médico hematologista, que é o especialista em doenças do sangue. Além disso, é importante fazer exames periódicos para avaliar a evolução da anemia e a resposta ao tratamento.

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